terça-feira, 25 de junho de 2013

Xs bis andam aís

No passado sábado estivemos presentes na 14ª Marcha do Orgulho LGBT pela primeira vez enquanto actiBIstxs orgulhosxs e o balanço que fizemos foi muito positivo, no que se refere à simpatia e adesão a este projeto ;) 

Os trabalhos para o lançamento do coletivo iniciaram-se cerca de duas semanas antes, alimentados pela vontade e determinação em acabar com a invisiBIlidade gritante a que as pessoas bissexuais são votadas em Portugal. Apesar da crescente sensibilização para as questões da orientação sexual e identidade de género, as problemáticas ligadas à bissexualidade permanecem diluídas e silenciadas na conveniência do chapéu LGBTQ.

Não existe, atualmente, nenhuma entidade que se dedique exclusiva ou demarcadamente ao debate destas questões, promovendo algum tipo de suporte dirigido às pessoas bissexuais. Embora todas as associações envolvidas na luta pela Igualdade e Diversidade comunguem do B em LGBT, não existem eventos, projetos, campanhas, brochuras, dedicadas às pessoas bissexuais, sendo estas identidades afuniladas em função da suposta maioria LG. Na Academia verifica-se o mesmo, sendo xs sujeitxs bissexuais frequentemente tratadxs estatisticamente no mesmo grupo que lésbicas e gays, comprometendo uma visibilidade que é necessária.

Frequentemente justifica-se este apagamento com a fragmentação e enfraquecimento da luta-em-caixinhas. Mas até quem usa este argumento evoca a sigla LGBT e participa em variadas batalhas ao lado de gente diversa. Como é que se pode defender a solidariedade e o feminismo, compreender a necessidade de dar visibilidade a subgrupos desprotegidos/invisíveis, como as pessoas T, e simultaneamente rejeitar voz própria a outro coletivo? 

É a pluralidade que nos une, a empatia e a construção de pontes sem que haja supressão, apagamento, diluição.

As pessoas bissexuais são alvo da mesma discriminação que afeta lésbicas e gays, mas também estão sujeitas a outras formas específicas de preconceito que, se desconstruídas, só podem significar uma melhor sociedade para todxs. Reconhecer que existem pessoas que se sentem atraídas física/espiritualmente por homens, mulheres, transgénerxs, agénerxs – humanxs – é reconhecer que as relações e os afetos são universais e que não existem prescrições a agrilhoá-los. É defender que qualquer pessoa está livre para viver as suas relações como e quando quiser e construir a sua identidade e vida como lhe aprouver.

Nesta marcha distribuímos panfletos alusivos às principais formas de discriminação a que as pessoas bissexuais estão sujeitas: heterossexuais discriminam-nos em função de papeis de vida tradicionais, homossexuais, de igual modo, rejeitam-nos com base em prescrições plasmadas da normatividade que tanto criticam, as associações votam-nos ao esquecimento ou afunilamento em nome de uma estratégia que padeceria se aliada à nossa causa “incómoda”. 

Mas não existem posições estratégicas em matéria de Direitos Humanos e xs actiBIstas sabem-no. Façamo-los, então, ver e moBIlizemo-nos! 

birrita


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xs actiBIstas gostariam de deixar um agradecimento especial à Ana, ao Zé e ao Marcos pelos valiosos contributos e toda a ajuda que dedicaram a este projeto.
                      

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